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09/02/2025 às 20h25min - Atualizada em 09/02/2025 às 20h19min

​O PRIMEIRO VENDEDOR DE LARANJA

Paul Law

Paul Law


O homem observou com orgulho o seu pé de laranja carregado, já
antevendo dias de regozijo e, por que não, de sobras por causa do alimento
garantido. Nosso sujeito ainda inominável, pois esta história se a antes da
invenção dos nomes, sorriu satisfeito. A segurança já naqueles remotos
tempos era boa situação. Era, basicamente, constituída de um local seguro
para ar a noite, domínio sobre o fogo e proteção do corpo.
Com as sobras vinha-lhe o problema de o que fazer com elas. Outros ali
também necessitavam de se alimentarem e não dispunham da sorte do nosso
personagem, motivo pelo qual a ideia de compartilhar as sobras lhe pareceu
óbvia e sensata. A ideia saindo do mundo de Platão e tornando-se prática
surgiu nova situação: eram muitos os desejosos e os frutos sobressalentes não
tantos assim. Então, coube ao nosso personagem escolher aqueles que
receberiam suas laranjas, o que fez usando critérios meramente pessoais. Os
mais próximos ganhariam; os menos conhecidos, desculpas ou nem isso, pois
não se pensava, naqueles dias, em desculpas pois não se entendia culpa.
Os que ficam sem, no entanto, revoltam-se e pensam num modo de
mudar a situação. Eles oferecem benefícios ou vantagens ao dono das
laranjas em troca do direito de receber a fruta.
— Dê-me suas laranjas e te dou um pedaço de carne — assim soou aos
ouvidos do nosso personagem os gestos e grunhidos de seu conterrâneo que
era habilidoso caçador.
— Dê-me laranjas e te dou limões — outra proposta de um
desconhecido cultivador de limão, talvez o primeiro especialista dessa ordem.
O nosso anteado, então, sem qualquer cerimônia, começou a trocar
suas laranjas por outras coisas que desejava.
Os primeiros vizinhos que recebiam laranjas apenas pela benevolência
do dono e sem dar nada em troca ficaram em desvantagem. Para “voltar ao
jogo” entenderam que também precisam oferecer algo em troca das laranjas.
Com o tempo, esta troca de laranjas por outros produtos trona-se habitual, mas
confusa. Um pedaço de carne vale quantas laranjas? E limões? Para resolver o
problema o nosso personagem tem a ideia de escrever em um papel esta
informação: cinco dúzias de laranja vale um pernil. O dono da carne, por sua

vez, faz o seu título de crédito: um pernil vale pelo menos cinco dúzias de
laranja.
A ideia ganhando a realidade um novo problema se apresenta: não se
pode usar laranjas ou pedaços de carne, nem limões para medir o valor das
coisas. É necessária uma medida padrão, idônea, algo que se aplique a
qualquer coisa. Os envolvidos resolvem criar tal papel e convencionam chamá-
lo de dinheiro.
Desde então, o nosso homem é conhecido pelos seus pares como
vendedor de laranja e cobra certa quantia de dinheiro por dúzias do fruto que
produz. Mais que isso, deixou de produzir principalmente para si, antevendo a
possibilidade de sobras tornarem-se dinheiro. Com este dinheiro ele pode
comprar certa quantidade de pernil ou limões e tudo parece bem, além da
segurança que entendia suficiente até então.
Entretanto, o astuto primeiro vendedor de laranja logo percebe que há
um custo para colher suas frutas. O tempo de espera para que amadureçam, o
preparo da terra, a colheita no momento certo e a chuva. Estes fatores devem
ser levados em consideração na hora de estipular o valor do seu produto.
Assim, ele aumenta o preço da dúzia com base nesta justificativa. O fornecedor
de carne entende o raciocínio, o produtor de limão também. Eles fazem o
mesmo.

Paul Law é escritor, professor de Língua Portuguesa e membro da Academia
Guaçuana de Letras.
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